Nvidia ultrapassa expectativas, enfrenta desafios na China e acelera inovação em IA e robótica
Como a Nvidia Está Redesenhando Sua Estratégia de IA para Conquistar a China
Você, que acompanha o mundo da tecnologia e os bastidores da inteligência artificial, sabe que o jogo geopolítico tem movido as peças de maneira intensa. Vamos juntos entender como a Nvidia — aquela gigante responsável por boa parte da infraestrutura de IA global — está se adaptando às novas regras do tabuleiro, especialmente no mercado chinês.
Resultados financeiros robustos, mas com tensão no horizonte
No segundo trimestre fiscal de 2025, a Nvidia bateu expectativas de Wall Street: faturou R$ 266,22 bilhões com lucro por ação ajustado de R$ 5,99. Em uma performance fenomenal, o segmento de data center registrou R$ 234,27 bilhões, enquanto os ganhos com a arquitetura Blackwell impulsionaram significativamente esse crescimento.
Mas atenção: apesar do sucesso, as ações da Nvidia caíram entre 2% e 3% no pós-mercado, reflexo das apreensões quanto ao desempenho da empresa na China.
A China, gigante em potencial… e fonte de dores de cabeça
O país continua sendo um mercado importante — foram cerca de R$ 30 bilhões em receita no último trimestre, o equivalente a aproximadamente 13 % do total. Porém, com os novos controles de exportação dos EUA, que impactam diretamente a venda dos chips H20, esse número está ameaçado.
Para manter a presença no mercado chinês, a Nvidia fechou um acordo com o governo dos EUA: passará a repassar 15 % da receita das vendas dos chips H20 para a administração, em troca das licenças necessárias. Ainda assim, o panorama permanece desafiador.
H20 parado, mas novos chips na linha de largada
Recentemente, a Nvidia pediu aos fornecedores que interrompessem a produção dos chips H20 — isso ocorreu depois que a China desaconselhou seu uso por possíveis riscos de segurança.
Enquanto isso, a empresa está desenvolvendo uma nova linha de chips com a arquitetura Blackwell, exclusiva para o mercado chinês, respeitando as exigências de exportação dos EUA.
Chips Blackwell voltados para a China
-
- Preço estimado: entre R$ 36.000 e R$ 44.000 mil — bem abaixo dos R$ 55.000 – R$ 66.000 mil cobrados pelo H20.
-
- Modelos em desenvolvimento: o “B20” e o “B30A” são referências frequentes — o B30A poderá superar o H20 em desempenho, embora chegue a oferecer “metade da potência” dos chips Blackwell Ultra.
Essa reformulação promove um chips “limitado”, compatível com as exigências regulatórias, mas ainda poderoso o suficiente para manter a Nvidia no jogo chinês.
H20: entre estoque excedente e vendas travadas
Resultado do aperto nos controles: no primeiro trimestre fiscal de 2026, a Nvidia teve que registrar uma charge de cerca de R$ 24,53 bilhões por excesso de estoque do H20 e obrigações de compra, além de perder cerca de R$ 13,63 bilhões em receita não realizada. Projeções apontam que o impacto total da perda com vendas na China pode chegar a R$ 43,6 bilhões.
O que isso significa para quem investe ou acompanha tecnologia
Apesar dos riscos geopolíticos, o otimismo continua. A forte demanda global por IA e a rápida adoção da arquitetura Blackwell — considerada a mais veloz da história da Nvidia — reforçam a posição da empresa como protagonista da era da inteligência artificial.
UBS, por exemplo, estima que a receita do trimestre atual pode chegar a R$ 310,65 bilhões caso se inclua o faturamento da China — e até R$ 294–300 bilhões se considerar cenários sem a China, o que mostra que a empresa teria resiliência mesmo sem esse mercado.
Ou seja: ainda que a China represente uma fatia relevante, o sucesso da Nvidia não depende exclusivamente dela — ao menos por ora.
Conclusão: um jogo de xadrez entre chips e diplomacia
É um cenário fascinante: de um lado, temos o poder de fogo da Nvidia, que registra recordes de faturamento com Blackwell e data centers; do outro, os desafios da diplomacia tecnológica, que tornam o caminho para a China mais estreito.
Em resumo:
-
- A Nvidia segue crescendo globalmente, impulsionada por IA e centros de dados.
-
- O mercado chinês está em transformação, com o H20 engavetado e novos chips adaptados à régua dos EUA chegando.
-
- O futuro depende da dança fina entre inovação tecnológica e diplomacia comercial.



Publicar comentário